m uma analogia com o hino nacional, o diretor geral da MSC Cruzeiros no Brasil, Adrian Ursilli, descreveu o estado atual do mercado de cruzeiros no país: embora o “cruzeiro resplandeça”, o futuro promissor “tem o mau hábito de demorar um pouquinho mais para acontecer” devido aos desafios de competitividade.

A declaração foi feita durante o 7º Fórum CLIA Brasil, que aconteceu no último dia 3, na Confederação Nacional dos Municípios, em Brasília.

Participando do painel “Panorama Global: Estratégias das Companhias para o Brasil e o Mundo”, Ursilli reforçou a visão de outros executivos de que o país precisa avançar em questões de custo e regulação para não perder navios para outros destinos.

Potencial versus ‘Custo Brasil’

potencial cruzeiros no Brasil MSC
Para a MSC, Brasil tem potencial no mercado de cruzeiros

O diretor da MSC destacou as “enormes qualidades do Brasil” como mercado de cruzeiros, incluindo “oportunidades claríssimas” de “território, gastronomia e ambiente amigável”, além de “destinos turísticos incríveis, um litoral fantástico, clima adequado e paz”.

“Falo em paz em um sentido mais global. Claro que temos problemas de segurança pública interna, mas temos também um ambiente de confraternização entre nosso povo, multirracial e multi-religioso, que é difícil de encontrar no mundo hoje em dia”, explicou.

No entanto, ponderou que o país acaba “travando nos entraves burocráticos, fiscais e de custeio”, que impedem a evolução dos cruzeiros como um todo.

“O Brasil precisa realmente melhorar seus índices, seus gargalos, especialmente custos portuários, trabalhistas, regulação e tributos, para que o setor possa ser mais competitivo. Caso contrário, nós vamos perder a competição para outros adversários”, afirmou.

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‘O que nos espera é muito promissor’, se entraves forem superados

MSC Grandiosa Brasil
Apesar de seu potencial para cruzeiros, o Brasil ter perdido navios de companhias como a MSC

Ainda que de forma condicional, Ursilli mantém, no entanto, um sentimento de otimismo para o futuro do mercado no país.

“Se formos brindados com a superação desses entraves, o que nos espera, obviamente, é muito promissor. O mundo dos cruzeiros vive um momento muito especial, com navios cada vez mais modernos, sustentáveis e com atrações incríveis”, disse.

Ele lamentou a redução de oferta de 20% para a temporada 2025/2026, classificando-a como “triste”, criando um cenário onde “perdem todos: portos, cidades, destinos e hóspedes”.

“Mas temos como reverter para o futuro, mas que o futuro chegue logo, não tarde tanto”, acrescentou, destacando a “operação muito robusta” da MSC para 2025/2026.

Com cinco navios da MSC, temporada de cruzeiros no Brasil 2025/2026 começa em 60 dias

Otimismo para a próxima temporada

maior navio temporada Brasil 2025/2026
MSC Seaview reassume o título de maior navio no Brasil na temporada 2025/2026

Apesar dos desafios, a companhia inicia sua temporada local em menos de 60 dias, com a chegada do MSC Preziosa no final de outubro. A programação nacional da MSC ainda inclui o MSC Seaview, que será o maior da temporada, além dos gêmeos MSC Sinfonia e MSC Armonia.

Um quinto navio, o MSC Fantasia, realizará embarques na Argentina, trazendo turistas estrangeiros a destinos como Rio de Janeiro, Búzios e Balneário Camboriú.

“Continuamos vendo uma demanda por férias crescente e os cruzeiros marítimos são excelentes opções de férias, principalmente em momentos onde, talvez, as pessoas tenham alguma preocupação financeira ou restritiva, já que oferecem um valor agregado, um custo-benefício muito atraente,” explicou.

Ursilli também destacou a participação do MSC Seaview como hotel flutuante na COP30 em Belém, além das operações da Explora Journeys em águas nacionais. A nova marca de ultra luxo do Grupo MSC estreia no país na temporada 2026/2027, com cruzeiros pela Amazônia e região Norte.

Marca de luxo da MSC, Explora Journeys estreia no Brasil em 2027

Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e CLIA Brasil