
Há cerca de um ano, em junho de 2024, o projeto de transferência do terminal de cruzeiros de Santos para a região do Valongo ganhava um novo capítulo com uma alteração em sua localização.
No entanto, passado o período, a situação da transferência sem definição ou avanços concretos. A solução apresentada no ano passado, inclusive, acabou sendo descartada e não será utilizada.
Mudança para a área do Ecoporto
Em junho do ano passado, o Deputado Federal Paulo Alexandre Barbosa anunciou que o terminal de passageiros Concais não seria mais transferido para a área dos armazéns históricos 1 a 4, como previsto inicialmente.
O Portal World Cruises foi um dos primeiros veículos a publicar sobre a mudança, que foi revelada pelo deputado em suas redes sociais.
A nova proposta indicava que as instalações do terminal de cruzeiros seriam erguidas no espaço então ocupado por um terminal de cargas, o Ecoporto.
Após proposta ser rejeitada pelo Governo Federal, Autoridade Portuária de Santos voltou a discutir a possibilidade de construir o terminal, em frente ao Parque Valongo, sobre a água
Também localizado no Valongo, o novo terminal receberia um investimento de R$ 1,4 bilhão, operando a partir de construção em área já aterrada.
As instalações da Ecoporto tinham contrato de concessão próximo ao vencimento e, teoricamente, poderiam ser repassadas ao Concais após acordo com autoridades locais e federais.
O anúncio foi seguido pela convocação de uma audiência pública, realizada em 14 de junho de 2024, pela Autoridade Portuária de Santos (APS) para discutir e apresentar o novo projeto.
Pouco depois, em agosto, as autoridades chegaram a assinar um protocolo de intenções, oficializando a intenção de mudar o Concais para a área da Ecoporto.
Porto de Santos: autoridades assinam protocolo de intenções para mudança de terminal de cruzeiros
Solução mais rápida
A proposta divulgada por Barbosa poderia agilizar e baratear a construção do terminal, utilizando parta da infraestrutura já existente na área utilizada pela Ecoporto.
Uma das vantagem era o uso de berços de atracação já disponíveis na área, permitindo operação, ao menos inicial, sem a construção de um novo píer. Também dispensaria a construção de prédios sobre as águas, diminuindo os investimentos necessários.
O deputado disse que o novo terminal seria um marco para o desenvolvimento da Baixada Santista, com integração ao novo Parque Valongo, estimulando o turismo, gerando empregos e contribuindo para a economia regional.
A sinergia com outras iniciativas, como o Aeroporto do Guarujá, também foi citada como um fator que facilitaria o acesso de turistas aos atrativos da região.
Situação atual segue indefinida
O novo projeto, no entanto, acabou sendo abandonado cerca de quatro meses após sua apresentação. No último mês de Outubro, a Autoridade Portuária de Santos (APS) confirmou que a proposta deixou de ser considerada por conta de uma decisão do Governo Federal.
Em contato com A Tribuna, o presidente do órgão, Anderson Pomini, disse que a área da Ecoporto seguirá operando como terminal de carga e será licitada à iniciativa privada como um mega terminal de containers.
Assim, a autoridade portuária voltou a trabalhar no projeto original, anunciado em 2022, que prevê a transferência do terminal para uma estrutura totalmente nova, a ser construída sobre novos píeres na água.

“Aproveitamos o projeto que avança sobre o espelho d’água e não colide com o STS10 (área da Ecoporto)”, declarou Pomini ao jornal na época.
De acordo com o projeto que voltou a ser utilizado, as novas instalações do Concais seriam construídas a partir do Armazém 1, avançando pela água até a área do Porto Valongo.
A proposta prevê a construção de prédios e piers sobre a água, com três berços de atracação, localizados a cerca de 200 metros da faixa de cais atual.
Próximas etapas
Pomini ainda disse a Antaq agora realiza cálculos para apontar qual será o investimento necessário para a construção, dando início a discussões sobre as formas de financiamento das novas instalações do terminal.
Parte da estrutura planejada para o projeto de 2024, incluindo um edifício garagem próximo à estação do Valongo, será mantida na proposta atual.

Não há prazo para a conclusão da etapa. Um cronograma para o início das obras e eventual transferência da operação de cruzeiros para a região também não foi confirmado.
O projeto para a transferência do terminal de sua localização atual, no Armazém 25 na região do Macuco, para o Valongo, surgiu há cerca de quatro anos, mas segue sem uma decisão definitiva.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e divulgação