As viagens finais do Sovereign e do Monarch completaram cinco anos no último mês de julho. Entre os mais tradicionais da frota da Pullmantur Cruceros, os navios foram encalhados para desmanche em Aliaga, na Turquia, em julho de 2020.

Na ocasião, a companhia espanhola já enfrentava um processo de recuperação judicial que acabou levando à sua liquidação alguns meses depois.

A Pullmantur – assim como toda sua frota – foi uma das vítimas da pandemia de COVID-19. Já enfrentando dificuldades econômicas anteriormente, a companhia não conseguiu se manter durante a emergência sanitária.

O fim da Pullmantur e a última viagem dos navios

Sovereign partiu do Porto de Santos pela última vez no começo de março de 2020

O Sovereign e o Monarch foram os primeiros navios da companhia a serem encalhados para demolição durante o processo de falência da Pullmantur.

As embarcações chegaram à Aliaga praticamente juntas, sendo posicionadas em uma praia para desmanche com apenas alguns dias de diferença.

Construídos originalmente para a Royal Caribbean International entre o final da década de 1980 e começo da década de 1990, os gêmeos foram considerados os primeiros mega-navios da história dos cruzeiros. Assim, apesar da idade já avançada, eram embarcações de grande porte, com capacidade para mais de 2,8 mil passageiros cada.

A operação de desmanche foi marcada por um detalhe curioso: mesmo que o encalhe fosse irreversível, a Pullmantur seguia vendendo cruzeiros a bordo das embarcações para os meses seguintes.

A agenda de viagens completa dos navios só foi ser oficialmente cancelada em julho de 2021, quando a companhia entrou em fase de liquidação.

Legado e passagens pelo Brasil

desmanche Monarch e Sovereign
Monarch realizou apenas uma passagem pelo Brasil

Além de atuar no Brasil sob a bandeira da própria Pullmantur, o Sovereign realizou diversas temporadas nacionais afretado à operadora de viagens CVC.

Mais recentemente, antes da pandemia, a empresa brasileira mantinha uma parceria comercial com a companhia espanhola para a realização de mini-cruzeiros a bordo do Sovereign, apelidado de “Soberano” em águas nacionais.

A última temporada dessa parceria foi em 2019/2020, poucos meses antes do navio ser levado para o desmanche, e contou com embarques em Santos e Rio de Janeiro.

O Monarch fez uma única passagem pelo Brasil, em 2014. Em operação incomum, veio ao país na metade daquele ano, para servir como hotel durante a Copa do Mundo FIFA.

Fretado a uma empresa de viagens chilena, o navio visitou os portos de Santos, Rio de Janeiro e Paranaguá, em sua estadia de dez dias no país.

Cinco anos depois, CVC estuda retorno à operação própria

desmanche Monarch e Sovereign
Sovereign estreou em águas nacionais em 2008, quando a Pullmantur ainda usava o logotipo “Ñ”

Agora, cinco anos depois, a CVC avalia voltar a ter uma operação de cruzeiros própria no Brasil. A consideração vem em resposta a uma baixa na oferta de cruzeiros no mercado brasileiro para 2025/2026.

Segundo o presidente executivo da CVC, Fábio Godinho, o inventário de cruzeiros para a próxima estação está 30% menor, o que impacta os resultados financeiros da operadora.

A ausência da Pullmantur, no entanto, além do desmanche dos gêmeos Sovereign e Monarch, fará com que a empresa tenha que buscar navios para fretamento em outros mares.

CVC pode voltar a ter operação de cruzeiros própria na temporada brasileira

Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Ftakma e Daniel Capella

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