A Crescent Seas, startup de cruzeiros residenciais de luxo, anunciou uma reviravolta completa em sua estratégia e cancelou os contratos de fretamento que havia assinado.
A nova empresa norte-americana pretendia transformar o Seven Seas Navigator da Regent e o Insignia da Oceania em condomínios flutuantes de alto padrão.
Em comunicado enviado à norte-americana Cruise Industry News, a companhia justificou a mudança afirmando que, após conversas com potenciais compradores, “ficou claro que a demanda por residências maiores e mais customizáveis excedeu as expectativas“.
O foco agora será em um navio totalmente novo, que ainda não foi encomendado oficialmente mas já estava sendo planejado.
O plano original e a mudança de rota
Como noticiado anteriormente pelo Portal World Cruises, a Crescent Seas foi lançada em abril deste ano com um plano de adquirir os dois navios da Norwegian Cruise Line Holdings (NCLH) para reformá-los e vender “vilas flutuantes” de luxo.
O produto era voltado ao mercado de alto padrão, com preços que chegavam a R$ 45 milhões (US$ 8 milhões).
A mudança de estratégia é notável, pois ocorre apenas um mês após o fundador da empresa, Russell W. Galbut, afirmar em entrevista à Bloomberg que o “design estava todo pronto” para a conversão do Seven Seas Navigator.
Durante podcast em 3 de outubro, o empresário afirmou que a Crescent Seas já estava, inclusive, “em processo de conversar com o estaleiro” para iniciar as obras.
Na ocasião, Galbut informou que 39 das 189 unidades do navio já estavam reservadas. Atuando também no conselho de diretores da NCLH, o fundador é também proprietário de uma construtora de luxo que atua na Flórida e em outras regiões dos EUA, a Crescent Heights.
Crescent Seas transformará navios da NCLH em residenciais de luxo com apartamentos de até R$45 mi
A reação da Norwegian Cruise Line Holdings (NCLH)
A NCLH, proprietária dos navios, confirmou em um registro oficial que os dois contratos de arrendamento, que haviam sido assinados em março de 2025, foram rescindidos em 30 de setembro de 2025.
Com a desistência da Crescent Seas, os navios permanecerão em suas frotas originais indefinidamente.
A Regent Seven Seas Cruises, inclusive, já informou aos seus hóspedes que o Seven Seas Navigator passará por uma “doca-seca multimilionária” antes de realizar novos roteiros. A revitalização em estaleiro está planejada para o final de 2026.
Com histórico de visitas ao litoral brasileiro, o Insignia realizou diversas temporadas sul-americanas no passado. Nos últimos anos, vinha também realizando os cruzeiros de volta ao mundo em 180 dias da Oceania Cruises.
Insignia chega ao Brasil durante cruzeiro de volta ao mundo de 180 dias
O novo foco em navios maiores
A Crescent Seas afirmou ao Cruise Industry News que a decisão reflete “um entendimento aprofundado do que os compradores de alto patrimônio querem: mais espaço, flexibilidade e participação no design de suas casas”.
O plano original da empresa, que previa um navio novo apenas em 2032, agora se torna o foco principal da marca. Batizado The Ocean, o navio ainda não foi oficialmente encomendado.
Texto (©) Copyright Daniel Capella (com informações de Cruise Industry News) / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e Crescent Seas
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