Ao reservar uma viagem de navio, a escolha da cabine é, talvez, a decisão mais importante (e com maior impacto no preço) depois da definição do cruzeiro.

No entanto, as nomenclaturas usadas pelas companhias podem ser confusas para quem viaja pela primeira vez e até para passageiros veteranos: Interna, Externa, Varanda e Garantida. O que cada uma significa na prática?

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Para desmistificar o assunto, o Portal World Cruises preparou este guia definitivo para auxiliar na escolha certa para todos os perfis e bolsos.

P.S.: Todas as imagens nesse especial foram capturadas por nossa equipe durante cruzeiros ou visitas a navios no Brasil e em outras partes do mundo!

1. Cabine Interna: a escolha mais econômica

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Cabine interna do Costa Diadema, um dos navios da Costa que virão ao Brasil nessa temporada
  • O que é: É a cabine mais básica do navio, voltada para o interior da embarcação e, portanto, sem nenhum acesso ou janela para o exterior.
  • Prós: O preço. Será sempre a opção mais barata por margem significativa, permitindo que o passageiro economize na acomodação para investir em outras experiências, como pacotes de bebidas, excursões em terra ou jantares em restaurantes de especialidade. Além disso, oferece escuridão total, o que é ideal para quem gosta de dormir sem nenhuma luz.
  • Contras: Alguns hóspedes mais sensíveis podem sentir uma sensação de claustrofobia. Além disso, a cabine não permite a visualização do exterior e, portanto, faz com que o hóspede perca a noção das condições climáticas ou mesmo do momento do dia. Para isso, boa parte dos navios costuma contar com transmissão ao vivo de uma câmera na área externa, que pode ser acessada via sistema de TV interno.

Veredito do especialista: É a escolha ideal para o viajante que foca 100% em economia e que pretende usar a cabine apenas para dormir e tomar banho, passando o dia inteiro nas áreas públicas do navio. Pode ser também uma boa opção para itinerários que façam um alto número de escalas, fator que naturalmente diminui o tempo de permanência dos hóspedes a bordo.

2. Cabine Externa (ou com vista para o mar): janela lacrada

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Cabine externa do MSC Seashore, um dos navios da classe Seaside da MSC Cruzeiros (da qual o MSC Seaview também faz parte)
  • O que é: Uma cabine, geralmente do mesmo tamanho da interna, mas localizada na parte externa do navio e equipada com uma janela (ou escotilha) lacrada com vista para o mar.
  • A “pegadinha”: Para quem nunca embarcou, é importante frisar que as janelas são totalmente lacradas. Esse ponto pode gerar frustração em novos cruzeiristas, mas é um padrão da indústria moderna: as janelas não abrem.
  • Prós: A luz natural é o grande benefício. Permite ver o dia amanhecer, saber como está o tempo e reduz muito a sensação de claustrofobia da cabine interna.
  • Contras: O preço é mais alto que o da interna, mas a experiência é essencialmente a mesma, especialmente em cabines da mesma tarifa. Além disso, é preciso se atentar a uma subcategoria, a da vista obstruída. Essas cabines estão disponíveis por valores menores, mas têm suas janelas parcial ou totalmente bloqueadas por botes salva-vidas e outras estruturas do navio.

Veredito do especialista

Uma opção de meio-termo. É recomendada para roteiros de clima frio (como Patagônia ou Norte da Europa), onde o passageiro não usaria uma varanda aberta, mas ainda assim quer ver a paisagem. As opções com vista obstruída são uma alternativa viável para quem quer economizar, mas não abre mão de ter algum contato com o exterior.

3. A Cabine com Varanda: padrão da indústria moderna

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Essa é uma cabine com varanda a bordo do Norwegian Star, da Norwegian Cruise Line
  • O que é: São as cabines mais cobiçadas pela maioria dos passageiros e, de certa forma, o padrão da indústria moderna. Hoje, a maior parte das embarcações conta com a maioria de cabines nessa categoria. No geral, possuem uma porta de vidro do chão ao teto que se abre para um espaço privativo ao ar livre com cadeiras e, às vezes, uma pequena mesa ou espreguiçadeira.
  • Prós: Muda a experiência da viagem, aumentando o contato com o mar e a natureza como um todo. Permitem, por exemplo, tomar café da manhã na privacidade do quarto com vista para o mar, ler um livro sentindo a brisa ou simplesmente ter um refúgio particular longe das áreas de piscina, que podem ficar cheias durante o dia. A varanda funciona como um “cômodo” a mais.
  • Contras: O preço é o pulo mais significativo em relação às outras categorias. Além disso, pode ser subutilizada se o passageiro tem um perfil muito ativo e passa o dia inteiro fora do quarto, em atividades ou excursões.

Veredito do Especialista: Com o orçamento permitindo, são opções que valem o investimento e o custo extra. Em roteiros onde a paisagem é uma das atrações (como Fiordes Noruegueses, Alasca ou na própria saída de Santos e Rio de Janeiro), é considerada um fator a mais.

Confira um exemplo de cabine com varanda em um navio da MSC Cruzeiros:

Fotos: conheça uma cabine com varanda no MSC Lirica

4. O “segredo” dos especialistas: o que é a tarifa “garantida”?

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Com tarifa garantida, hóspedes podem ir de cabines internas (como esta a bordo do MSC Divina) a varandas sem custo adicional
  • O conceito: Um conceito relativamente novo é o das cabines “garantidas”, muitas vezes considerado um “segredo” da indústria. Oferecida por boa parte das companhias da atualidade, a tarifa promocional pode ser conhecida por diversos nomes, incluindo Bingo na MSC Cruzeiros e Economy na Costa.
  • Como funciona: Com essa tarifa, os passageiros pagam por uma categoria mínima (ex: “Garantida Interna” ou “Garantida Varanda”), mas não escolhem o número da cabine nem a sua localização. A companhia de cruzeiros designa qual será o quarto dias antes do embarque (ou até mesmo no check-in).
  • Prós: A companhia poderá realizar um upgrade da cabine reservada sem custo adicional. A mudança para uma acomodação superior acontecerá, por exemplo, se a categoria inicialmente reservada esgotar. É aqui que mora a chance de pagar por uma interna e viajar em uma externa ou até mesmo em uma varanda, sem desembolsar valor maior.
  • Contras: Como não é possível escolher a localização da cabine, o hóspede corre o risco de ficar com as acomodações menos desejadas. A companhia poderá alocar, por exemplo, cabines na proa ou popa, que tendem a sentir mais o movimento da navegação, ou em deck diretamente abaixo de áreas públicas de alto movimento, como a boate e o restaurante self-service.

Veredito do especialista

As cabines garantidas são uma aposta. Para quem deseja a máxima economia e não se importa com a localização da cabine, é uma ótima opção que ainda traz a emoção de um possível upgrade. Já quem tem sono leve, enjoa fácil ou faz questão de ficar perto de amigos ou família deve evitar a opção.

Veja também:

Como conseguir um upgrade de cabine em um cruzeiro? Existem 4 maneiras (e algumas são de graça)

5. Dica bônus: a localização

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Cabine na popa tem vista única da navegação mas pode sofrer com vibração dos motores

Tão importante quanto o tipo de cabine é a sua localização no navio.

  • Meio do navio: É o “ponto de ouro” e a área mais disputada. Por ser o centro de equilíbrio da embarcação, é onde se sente menos o balanço do mar. É a escolha ideal para quem tem labirintite ou medo de enjoar. Além disso, fica, literalmente, no meio do caminho para todas as áreas públicas e atrações.
  • Proa – frente do navio: Por sua localização, é a área que mais balança. Com o navio literally cortando as ondas, pode-se ouvir o barulho do mar em contato com o casco e do vento frontal. Em alguns casos, dependendo do deck e design do navio, ainda se pode ouvir o som da âncora sendo lançada nas paradas.
  • Popa – traseira do navio: Pode ter vistas únicas do rastro que o navio deixa no mar. No entanto, dependendo do design do navio, essas cabines podem sofrer com a vibração dos motores.
  • Atenção aos arredores: Independentemente da posição em relação ao design do navio, é importante também se atentar aos arredores da acomodação. Cabines localizadas logo embaixo de áreas de mais movimento, como teatro, buffets e os decks de piscina, tendem a ser mais barulhentas. Ainda que tragam a comodidade da localização, as cabines próximas a elevadores e escadas também tendem a ser mais impactadas pelo alto movimento de hóspedes circulando.

6. Fator adicional: a escolha da tarifa

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Certas tarifas podem vir com benefícios adicionais. As da categoria Aurea, por exemplo, são acesso a solários exclusivos como o Top 18 a bordo do MSC Preziosa (foto)

A conclusão é que o conceito de melhor cabine é subjetivo e depende do perfil ou orçamento do passageiro. Além das categorias de cabine, outro fator relevante é o das tarifas.

Antes de fechar a reserva, é fundamental entender o que realmente está incluído também em cada uma das opções. Além de ditar tamanhos e características das cabines, as tarifas (ou experiências em algumas companhias) ainda podem trazer serviços extras como pacotes de bebida, acesso à áreas exclusivas e mais.

É importante frisar ainda que, por padrão, todas as cabines em cruzeiro possuem ar condicionado, banheiro privativo, armários, televisão, escrivaninha e secador. Algumas ainda podem contar com sofás, closets, frigobar e mais características adicionais.

Confira:

O que está (de verdade) incluído na tarifa de um cruzeiro? O guia definitivo

Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella