
O último sobrevivente da classe Sovereign, o antigo Majesty of the Seas, está esquecido na Grécia desde o final de 2020. Construído para a Royal Caribbean International, o navio encontra-se imobilizado na Baía de Elefsis, aguardando uma decisão em relação ao seu destino.
Rebatizado de Majesty of the Oceans, a embarcação faz parte da frota da Seajets, uma operadora de ferry boats grega que aproveitou os preços baixos da pandemia para adquirir navios de cruzeiro.
A empresa, no entanto, não tem intenção de operar diretamente o navio, que foi construído em 1992 e tem capacidade para cerca de 2,8 mil passageiros. Em vez disso, aguarda uma oportunidade de lucrar em uma eventual venda ou fretamento.
Terceiro e último navio da classe Sovereign

O Majesty of the Oceans entrou em operação como o terceiro navio da classe Sovereign e é a única embarcação da série ainda existente. Seus dois gêmeos, o antigo Sovereign of the Seas e o antigo Monarch of the Seas, já foram desmanchados.
Também construídos entre o final dos anos 1980 e o começo dos anos 1990, os dois irmãos mais velhos haviam sido transferidos para a Pullmantur Cruceros entre 2008 e 2013 e vinham operando em destinos como Caribe, Mediterrâneo e América do Sul.
O Sovereign, inclusive, realizou diversas temporadas brasileiras, oferecendo seus cruzeiros all-inclusive em águas nacionais tanto para a própria Pullmantur como afretado à CVC. Por aqui, também era conhecido como Soberano, versão traduzida de seu nome.
Com a pandemia, no entanto, tanto o Monarch quanto o Sovereign acabaram sendo vendidos para o desmanche, ainda em 2020. Os navios encerraram suas carreiras nos sucateiros de Aliaga, na Turquia, em julho daquele ano.
Há cinco anos, Sovereign e Monarch realizavam viagem final com destino ao desmanche
Majesty chegou a ser destinado para a Pullmantur

O Majesty of the Seas chegou a ter sua transferência para a Pullmantur Cruceros anunciada pela Royal Caribbean International. Juntando-se a seus gêmeos Monarch e Sovereign, o navio deveria ter entrado na frota da companhia latina em 2016.
A mudança, no entanto, foi cancelada por conta da situação da Pullmantur, que vinha enfrentando prejuízos e passava por mudanças administrativas.
O Majesty seguiu, então, na frota da Royal Caribbean, navegando para a companhia norte-americana até a pausa operacional da COVID-19, que aconteceu em março de 2020.
Mesmo sem navegar, a embarcação ainda permaneceu na frota da empresa até meados de dezembro, quando acabou vendida para a Seajets.
Uma opção familiar para o retorno da CVC

Considerando retomar suas operações próprias no mercado de cruzeiros brasileiro, a CVC busca navios para aumentar a oferta em águas nacionais.
Com seu histórico de operação do gêmeo Sovereign, a empresa poderia ter no Majesty of the Oceans uma opção familiar para o público nacional.
Com cerca de 75 mil toneladas e pouco mais de 265 metros de comprimento, o navio também é ideal para as condições de infraestrutura no mercado brasileiro. Diferente de navios maiores, poderia, por exemplo, atracar em frente ao Terminal Concais durante escalas em Santos, facilitando o embarque e desembarque de passageiros.
Sua capacidade também facilita operações de desembarque via tenders em destinos como Búzios, Balneário Camboriú, Ilhabela e Angra dos Reis.
Ainda que menor que a média dos navios atuais no litoral brasileiro, o Majesty é grande o suficiente para trazer diversas atrações tradicionais – incluindo cassino, piscinas, bares, lojas, restaurantes e um grande átrio – e até mesmo uma parede de escalada.
Essas características, combinadas com seu histórico e atual disponibilidade, o tornam um forte candidato para uma eventual volta da CVC aos mares.
Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Daniel Capella e Royal Caribbean