A CVC pode voltar a operar seus próprios navios de cruzeiros na temporada brasileira em um futuro próximo, afirmou o presidente executivo da companhia, Fábio Godinho.
De acordo com o portal InfoMoney, a operadora de viagens considera relançar sua operação própria por conta de uma baixa na oferta de cruzeiros no mercado brasileiro em 2025/2026.
Redução de 30% na oferta de cruzeiros no Brasil
O executivo disse que o inventário de cruzeiros em águas nacionais para a próxima estação está 30% menor que o da anterior, citando redução de oferta tanto da MSC quanto da Costa.
Godinho acrescentou que o fator está afetando os resultados financeiros da CVC, que sofrem impacto considerável por conta de vendas mais baixas de pacotes de cruzeiro.
“(O segmento marítimo) foi relevante no primeiro semestre e vai ser mais relevante no segundo, porque quanto mais se aproxima a temporada de verão, mais a participação do marítimo cresce e o impacto vai se aprofundando”, disse o executivo em conferência com analistas nesta quarta-feira (13/8).
Retorno de navios fretados é uma possibilidade
Sem operar seus próprios navios, a CVC “não tem o que fazer”, acrescentou Godinho, citando que a temporada terá três navios a menos em relação a 2024/2025.
“Estamos vendo de voltar a trazer navios próprios para não ficarmos expostos a esse tipo de redução”, disse Godinho, citando mercados como o do Rio de Janeiro.
O mercado carioca tinha forte presença na venda de mini-cruzeiros mas “praticamente acabou este ano”, acrescentou o presidente da CVC.
Tradicional operador de cruzeiros no Brasil
A CVC tem um longo histórico na operação de cruzeiros no Brasil, tendo fretado navios para diversas temporadas nacionais entre 2003 e 2012.
Utilizando embarcações de companhias como a Pullmantur, a Ibero e a Louis, a operadora de viagens costumava realizar itinerários partindo de portos como Santos, Rio de Janeiro, Salvador e Itajaí, além de cidades como Recife, Maceió e Vitória.
A operação da CVC atingiu seu ápice na temporada 2008/2009, quando a empresa trouxe seis navios para o Brasil simultaneamente.
Na ocasião, a oferta incluiu o Zenith, o Sovereign e o Empress da Pullmantur, além do Grand Celebration e o Grand Mistral, da Ibero Cruceros. Um sexto navio, o Ocean Countess, da Majestic International Cruises, foi dedicado a itinerários pelo Nordeste e Fernando de Noronha.
Após deixar de realizar fretamentos, a CVC ainda operou cruzeiros em parceria com a Pullmantur. Antes da pandemia, a empresa vinha servindo como parceira comercial da companhia espanhola para a realização de mini-cruzeiros a bordo do Sovereign.
A última estação operação conjunta aconteceu em 2019/2020, quando a embarcação, apelidada de Soberano em águas nacionais, realizou viagens de quatro noites partindo de Santos e Rio de Janeiro.
A pandemia de COVID-19, no entanto, levou o Sovereign a ser encalhado para desmanche em Aliaga, na Turquia, poucos meses depois.
Texto (©) Copyright Daniel Capella (com informações de InfoMoney) / Imagens (©) Copyright Daniel Capella
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