
A temporada de cruzeiros 2024/2025 foi muito boa e teve uma ocupação muito alta, confirmou Marco Ferraz, presidente da CLIA Brasil.
Em entrevista exclusiva com o Portal World Cruises em Miami, nos EUA, Ferraz destacou que, apesar dos desafios, a indústria dos cruzeiros está focada em estratégias para garantir seu crescimento sustentável no país. Entre os desafios para o futuro da atividade, estão a busca por novos destinos e a articulação para a redução de custos.
A análise completa da última temporada e os debates sobre o futuro do setor serão os temas centrais do 7º Fórum CLIA Brasil, que acontece nesta quarta-feira, 3 de setembro, em Brasília.
O evento contará com painéis e palestras sobre a atividade, com a presença dos principais players do mercado, além de autoridades e outros convidados. O Portal World Cruises também estará presente e faz cobertura ao vivo.
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Desafio futuro é reverter a queda na oferta
Apesar do sucesso da última estação, a temporada 2025/2026 registrará uma redução significativa na oferta nacional. Segundo Ferraz, haverá dois navios a menos e uma diminuição de quase 200 mil leitos disponíveis para os brasileiros, o que representa uma queda de cerca de 27%.
O presidente da CLIA afirmou que o cenário gerou um incômodo em todo o setor, destacando que a diminuição terá impacto ne geração de renda e empregos.
“É com esse incômodo que está sendo gerada uma reação que possa diminuir os custos do Brasil, melhorar a infraestrutura, buscar novos destinos e, já na temporada 2026/2027, a gente tentar resgatar o que a gente está perdendo“, disse.
‘Custo Brasil’ e a busca por novos destinos

Um dos principais fatores que impactam a vinda de mais navios segue sendo o custo mais elevado para as operações em águas nacionais, explicou Ferraz.
“A operação no Brasil é, em média, 50% mais cara quando a gente compara com o Caribe e Europa. Já na comparação com Ásia e Oriente Médio é ainda mais, pois são locais que cobram muito pouco da operação”, disse.
A busca por novos portos para diversificar os roteiros é uma das principais frentes de trabalho da CLIA. Ferraz mencionou avanços em locais como Ilha do Mel (PR), Penha (SC) e Vitória (ES), que podem entrar nos itinerários futuros.
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Crescimento dos cruzeiros de expedição e futuro dos combustíveis
Um destaque positivo dos últimos meses é o crescimento de 71% no número de navios de expedição filiados à CLIA em comparação com 2019.
Ferraz afirmou, no entanto, que ainda há espaço para avançar no setor, que costuma visitar destinos mais remotos, diferentes dos visitados pelas embarcações de grande porte.
“ Muitos desses navios que vão para o Ushuaia (Argentina) estão descendo vazios, então a gente tem que focar nos que estão cheios e procurar dar para eles opções de roteiros”, afirmou.

Sobre o futuro, a adequação dos portos brasileiros para novos combustíveis, como o GNL, é outra prioridade e será também discutida no 7º Fórum CLIA Brasil.
“Se a gente quer navio, tem que ter navio a hidrogênio, tem que ter metanol, tem que ter gás natural (GNL), tem que ter biodiesel”, concluiu Ferraz.
“ A gente tem muitos navios a GNL que estão sendo produzidos e outros que já estão operando. Então, temos de estar prontos, principalmente um porto como Santos deveria ter GNL o mais rápido possível”, acrescentou.
Texto e Imagens (©) Copyright Daniel Capella